Em
2011, aos 80 anos, Umberto Eco concedeu uma entrevista à revista Época onde
comentou sobre os prós e contras da internet como ferramenta formadora de
indivíduos leitores críticos e/ou analfabetos funcionais. E sobre a
acessibilidade do conhecimento possibilitada pela mesma. Confira abaixo a
reprodução desta entrevista e não deixe de compartilhar connosco a sua opinião
sobre o assunto.
ÉPOCA - Como o senhor se sente,
completando 80 anos?
Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos
tornando importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não
posso reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no
Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo
orientando doutorandos e pós-doutorados. Dou muita palestra pelo mundo afora. E
tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de
uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com
tendinite de tanto dar autógrafos em livros.
ÉPOCA - O senhor tem sido um dos mais
ferrenhos defensores do livro em papel. Sua tese é de que o livro não vai
acabar. Mesmo assim, estamos assistindo à popularização dos leitores digitais e
tablets. O livro em papel ainda tem sentido?
Eco - Sou colecionador de livros. Defendi a sobrevivência
do livro ao lado de Jean-Claude Carrière no volume Não contem com o fim do
livro. Fizemos isso por motivos estéticos e gnoseológicos (relativo ao
conhecimento). O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de
eletricidade, e você pode riscar à vontade. Achávamos impossível ler textos no
monitor do computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados
Unidos, precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por
isso, resolvi comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes.
Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a
ler no iPad, você acredita? Pois é. Mesmo assim, acho que os tablets e e-books
servem como auxiliares de leitura. São mais para entretenimento que para
estudo. Gosto de riscar, anotar e interferir nas páginas de um livro. Isso
ainda não é possível fazer num tablet.
ÉPOCA - Apesar dessas melhorias, o
senhor ainda vê a internet como um perigo para o saber?
Eco - A internet não seleciona a informação. Há de tudo
por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram
fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A
internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A
imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O
excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não
lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é
selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e
como os historiadores antigos trataram dele. Todos dizem que foi importante
porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia,
porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se
costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio
César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento.
ÉPOCA - Mas o conhecimento está se
tornando cada vez mais acessível via computadores e internet. O senhor não acha
que o acesso a bancos de dados de universidades e instituições confiáveis estão
alterando nossa noção de cultura?
Eco - Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos
de dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você e
eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que
aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse
sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação
de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa
para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já
conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado
pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet
para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias
irrelevantes.
ÉPOCA - Há uma solução para o
problema do excesso de informação?
Eco - Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma
disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí
uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de
filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.
ÉPOCA - O senhor já está pensando em
um novo romance depois de O cemitério de
Praga?
Eco - Vamos com calma. Mal publiquei um e
você já quer outro. Estou sem tempo para ficção no momento. Na verdade, vou me
ocupar agora de minha autobiografia intelectual. Fui convidado por uma
instituição americana, Library of Living Philosophers, para elaborar meu
percurso filosófico. Fiquei contente com o convite, porque passo a fazer parte
de um projeto que inclui John Dewey, Jean-Paul Sartre e Richard Rorty - embora
eu não seja filósofo. Desde 1939, o instituto convida um pensador vivo para
narrar seu percurso intelectual em um livro. O volume traz então ensaios de
vários especialistas sobre os diversos aspetos da obra do convidado. No final,
o convidado responde às dúvidas e críticas levantadas. O desafio é sistematizar
de uma forma lógica tudo o que já fiz...
ÉPOCA - Como lidar com tamanha
variedade de caminhos?
Eco - Estou começando com meu interesse constante desde o
começo da carreira pela Idade Média e pelos romances de Alessandro Manzoni.
Depois vieram a Semiótica, a teoria da comunicação, a filosofia da linguagem. E
há o lado banido, o da teoria ocultista, que sempre me fascinou. Tanto que
tenho uma biblioteca só do assunto. Adoro a questão do falso. E foi recolhendo
montes de teorias esquisitas que cheguei à ideia de escrever O cemitério de Praga.
ÉPOCA - Entre essas teorias,
destaca-se a mais célebre das falsificações, O protocolo dos sábios de Sião.
Por que o senhor se debruçou sobre um documento tão revoltante para fazer
ficção?
Eco - Eu queria investigar como os europeus civilizados
se esforçaram em construir inimigos invisíveis no século XIX. E o inimigo
sempre figura como uma espécie de monstro: tem de ser repugnante, feio e
malcheiroso. De alguma forma, o que causa repulsa no inimigo é algo que faz
parte de nós. Foi essa ambivalência que persegui em O cemitério de Praga. Nada mais exemplar que a elaboração das
teorias antissemitas, que viriam a desembocar no nazismo do século XX. Em
pesquisas, em arquivos e na internet, constatei que o antissemitismo tem origem
religiosa, deriva para o discurso de esquerda e, finalmente, dá uma guinada à
direita para se tornar a prioridade da ideologia nacional-socialista. Começou
na Idade Média a partir de uma visão cristã e religiosa. Os judeus eram
estigmatizados como os assassinos de Jesus. Essa visão chegou ao ápice com
Lutero. Ele pregava que os judeus fossem banidos. Os jesuítas também tiveram
seu papel. No século XIX, os judeus, aparentemente integrados à Europa,
começaram a ser satanizados por sua riqueza. A família de banqueiros Rotschild,
estabelecida em Paris, virou um alvo do rancor social e dos pregadores
socialistas. Descobri os textos de Léo Taxil, discípulo do socialista utópico
Fourier. Ele inaugurou uma série de teorias sobre a conspiração judaica e
capitalista internacional que resultaria em Os protocolos dos sábios do Sião,
texto forjado em 1897 pela polícia secreta do czar Nicolau II.
ÉPOCA - O senhor considera os
Procotolos uma das fontes do nazismo?
Eco - Sem dúvida. Adolf Hitler, em sua autobiografia, Minha luta, dava como legítimo o texto
dos Protocolos. Hitler tomou como verdadeira uma falsificação das mais
grosseiras, e essa mentira constitui um dos fundamentos do nazismo. A raiz do
antissemitismo vem de muito antes, de uma construção do inimigo, que partiu de
delírios e paranoias.
ÉPOCA - O personagem de O cemitério de Praga, Simone Simonini,
parece concentrar todos os preconceitos e delírios europeus do século XIX. Ele
é ao mesmo tempo antissemita, anticlerical, anticapitalistas e antissocialista.
Como surgiu na sua mente alguém tão abominável?
Eco - Os críticos disseram que Simonini é o personagem
mais horroroso da literatura de todos os tempos, e devo concordar com eles. Ele
também é muito divertido. Seus excessos estão ali para provocar riso e revolta.
No romance, Simonini é a única figura fictícia. Guarda todos os preconceitos e
fantasias sobre um inimigo que jamais conhece. E se desdobra em várias
personalidades: durante o dia, atua como tabelião falsificador de documentos; à
noite, traveste-se em falso padre jesuíta e sai atrás de aventuras sinistras.
Acaba virando joguete dos monarquistas, que se opõem à unificação da Itália, e,
por fim, dos russos. Imaginei Simonini como um dos autores de Os protocolos dos
sábios do Sião.
ÉPOCA - A falsificação sobre
falsificações permitida pela ficção tornou o livro controverso. Ele tem
provocado reações negativas. O senhor gosta de lidar com polêmicas?
Eco - A receção tem sido positiva. O livro tem feito
sucesso sem precisar de polêmicas. Quando foi lançado na Itália, ele gerou
alguma discussão. O L'osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano, publicou
um artigo condenando os ataques do livro aos jesuítas. Não respondi, porque sou
conhecido como um intelectual anticlerical - e já havia discutido com a igreja
católica no tempo de O nome da rosa, quando me acusaram de atacar a igreja. O
rabino de Roma leu O cemitério de Praga
e advertiu em um pronunciamento que as teorias contidas no livro poderiam se
tornar novamente populares a partir da obra. Respondi a ele que não havia esse
perigo. Ao contrário, se Simonini serve para alguma coisa, é para provocar
nossa indignação.
ÉPOCA - Além de falsário, Simonini se
revela um gourmet. Ao longo do livro, o senhor joga listas e listas de receitas
as mais extravagantes, que Simonini comenta com volúpia. O senhor gosta de
gastronomia?
Eco - Eu sou MacDonald's! Nunca me incomodei com detalhes
de comida. Pesquisei receitas antigas com um objetivo preciso: causar
repugnância no leitor. A gastronomia é um dado negativo na composição do
personagem. Quando Simonini discorre sobre pratos esquisitos, o leitor deve
sentir o estômago revirado.
ÉPOCA - Qual o sentido de escrever
romances hoje em dia? O que o atrai no género?
Eco - Faz todo o sentido escrever ficção. Não vejo como
fazer hoje narrativa experimental, como James Joyce fez com Finnegan's Wake,
para mim a fronteira final da experimentação. Houve um recuo para a narrativa
linear e clássica. Comecei a escrever ficção nesse contexto de restauração da
narratividade, chamado de pós-modernismo. Sou considerado um autor pós-moderno,
e concordo com isso. Vasculho as formas e artifícios do romance tradicional. Só
que procuro introduzir temas que possam intrigar o leitor: a teoria da comédia
perdida de Aristóteles em O nome da rosa;
as conspirações maçônicas em O pêndulo de
Foucault; a imaginação medieval em Baudolino;
a memória e os quadrinhos em A misteriosa
chama; a construção do antissemitismo em O cemitério de Praga. O romance é a realização maior da
narratividade. E a narratividade conserva o mito arcaico, base de nossa
cultura. Contar uma história que emocione e transforme quem a absorve é algo
que se passa com a mãe e seu filho, o romancista e seu leitor, o cineasta e seu
espectador. A força da narrativa é mais efetiva do que qualquer tecnologia.
ÉPOCA - Philip Roth disse que a
literatura morreu. Qual a sua opinião sobre os apocalípticos que preveem a
morte da literatura?
Eco - Philip Roth é um grande escritor. A contar com ele,
a literatura não vai morrer tão cedo. Ele publica um romance por ano, e sempre
de boa qualidade. Não me parece que nem o romance nem ele pretendem interromper
a carreira (risos).
ÉPOCA - Mas por que hoje não aparecem
romancistas do porte de Liev Tolstói e Gustave Flaubert?
Eco - Talvez porque ainda não os descobrimos. Nada
acontece imediatamente na literatura. É preciso esperar um pouco. Devem
certamente existir Tolstóis e Flauberts por aí. E têm surgido ótimos
ficcionistas em toda parte.
ÉPOCA - Como o senhor analisa a literatura
contemporânea?
Eco - Há bons autores medianos na Itália. Nada de genial,
mas têm saído livros interessantes de autores bastante promissores. Hoje existe
o thriller italiano, com os romances de suspense de Andrea Camilleri e seus
discípulos. No entanto, um signo do abalo económico italiano é que não é mais
possível um romancista viver de sua obra literária, como fazia (Alberto)
Moravia. Hoje romance virou uma atividade diletante. É diferente do que ocorre
nos Estados Unidos, ainda um polo emissor de ótima ficção e da
profissionalização dos escritores. Além dos livros de Roth, adorei ler
Liberdade, de Jonathan Franzen, um romance de corte clássico e repleto de
referências culturais. A França, infelizmente, experimenta uma certa decadência
literária, e nada de bom apareceu nos últimos tempos. O mesmo parece se passar
com a América Latina. Já vão longe os tempos do realismo fantástico de García
Márquez e Jorge Luís Borges. Nada tem vindo de lá que me pareça digno de nota.
ÉPOCA - E a literatura brasileira?
Que impressões o senhor tem do Brasil? O país lhe parece mais interessante hoje
do que há 30 anos?
Eco - O Brasil é um país incrivelmente dinâmico. Visitei
o Brasil há muito tempo, agora acompanho de longe as notícias sobre o país. A
primeira vez foi em 1966. Foi quando visitei terreiros de umbanda e candomblé -
e mais tarde usei essa experiência em um capítulo de O pêndulo de Foucault para descrever um ritual de candomblé. Quando
voltei em 1978, tudo já havia mudado, as cidades já não pareciam as mesmas.
Imagino que hoje em dia o Brasil esteja completamente transformado. Não tenho
acompanhado nada do que se faz por lá em literatura. Eu era amigo do poeta
Haroldo de Campos, um grande erudito e tradutor. Gostaria de voltar, tenho
muitos convites, mas agora ando muito ocupado... comigo mesmo.
ÉPOCA - O senhor foi o criador do
suspense erudito. O modelo é ainda válido?
Eco - Em O nome da
Rosa, consegui juntar erudição e romance de suspense. Inventei o
investigador-frade William de Baskerville, baseado em Sherlock Holmes de Conan
Dolyle, um bibliotecário cego inspirado em Jorge Luís Borges, e fui muito
criticado porque Jorge de Burgos, o personagem, revela-se um vilão. De qualquer
forma, o livro foi um sucesso e ajudou a criar um tipo de literatura que vejo
com bons olhos. Sim, há muita coisa boa sendo feita. Gosto de (Arturo)
Pérez-Reverte, com seus livros de fantasia que lembram os romances de aventura
de Alexandre Dumas e Emilio Salgari que eu lia quando menino.
ÉPOCA - Lendo seus seguidores, como
Dan Brown, o senhor às vezes não se arrepende de ter criado o suspense erudito?
Eco - Às vezes, sim! (risos) O Dan Brown me irrita porque
ele parece um personagem inventado por mim. Em vez de ele compreender que as
teorias conspiratórias são falsas, Brown as assume como verdadeiras, ficando ao
lado do personagem, sem questionar nada. É o que ele faz em O Código DaVinci. É o mesmo contexto de O pêndulo de Foucault. Mas ele parece
ter adotado a história para simplificá-la. Isso provoca ondas de mistificação.
Há leitores que acreditam em tudo o que Dan Brown escreve - e não posso
condená-los.
ÉPOCA - O que vem antes na sua obra,
a teoria ou a ficção?
Eco - Não há um caminho único. Eu tanto posso escrever um
romance a partir de uma pesquisa ou um ensaio que eu tenha feito. Foi o caso de
O pêndulo de Foucault, que nasceu de
uma teoria. Baudolino resultou de
ideias que elaborei em torno da falsificação. Ou vice-versa. Depois de escrever
O cemitério de Praga, me veio a ideia
de elaborar uma teoria, que resultou no livro Costruire il Nemico (Construir
o Inimigo, lançado em maio de 2011). E nada impede que uma teoria nascida
de uma obra de ficção redunde em outra ficção.
ÉPOCA - Quando escreve, o senhor tem
um método ou uma superstição?
Eco - Não tenho nenhum método. Não sou com Alberto
Moravia, que acordava às 8h, trabalhava até o meio-dia, almoçava, e depois
voltava para a escrivaninha. Escrevo ficção sempre que me dá prazer, sem
observar horários e metodologias. Adoro escrever por escrever, em qualquer
meio, do lápis ao computador. Quando elaboro textos académicos ou ensaio,
preciso me concentrar, mas não o faço por método.
ÉPOCA - Como o senhor analisa a crise
económica italiana? Existe uma crise moral que acompanha o processo de decadência
cultural? A Itália vai acabar?
Eco - Não sou economista para responder à
pergunta. Não sei por que vocês jornalistas estão sempre fazendo perguntas
(risos). Talvez porque eu tenha sido um crítico do governo Silvio Berlusconi
nesses anos todos, nos meus artigos de jornal, não é mesmo? Bom, a Itália vive
uma crise econômica sem precedentes. Nos anos Berlusconi, desde 2001, os
italianos viveram uma fantasia, que conduziu à decadência moral. Os pais
sonhavam com que as filhas frequentassem as orgias de Berlusconi para assim se
tornarem estrela da televisão. Isso tinha de parar, acho que agora todos se
deram conta dos excessos. A Itália continua a existir, apesar de Berlusconi.
ÉPOCA - O senhor está confiante com a
junção Merkozy (Nicolas Sarkozy e Angela Merkel) e a ascensão dos tecnocratas,
como Mario Monti como primeiro ministro da Itália?
Eco - Se não há outra forma de governar a zona do Euro, o
que fazer? Merkel tem o encargo, mas também sofre pressões em seu país, para
que deixe de apoiar países em dificuldades. A ascensão de Monti marca a chegada
dos tecnocratas ao poder. E de fato é hora de tomar medidas duras e impopulares
que só tecnocratas como Monti, que não se preocupa com eleição, podem tomar,
como o corte nas aposentadorias e outros privilégios.
ÉPOCA - O que o senhor faz no tempo
livre?
Eco - Coleciono livros e ouço música pela internet. Tenho
encontrado ótimas rádios virtuais. Estou encantado com uma emissora que só
transmite música coral. Eu toco flauta doce (mostra cinco flautas de variados
tamanhos), mas não tenho tido tempo para praticar. Gosto de brincar com meus
netos, uma menina e um menino.
ÉPOCA - Os 80 anos também são uma
ocasião para pensar na cidade natal. Como é sua ligação com Alessandria?
Eco - Não é difícil voltar para lá, porque Alessandria
fica a uns 100 quilômetros de Milão. Aliás foi um dos motivos que escolhi morar
por aqui: é perto de Bolonha e de Alessandria. Quando volto, sou recebido como
uma celebridade. Eu e o chapéu Borsalino, somos produção de Alessandria!
Reencontro velhos amigos no clube da cidade, sou homenageado, bato muito papo.
Não tenho mais parentes próximos. É sempre emocionante.
Retirado
de http://www.leioeu.com.br/2014/02/a-internet-e-perigosa-para-o-ignorante.html?m=1
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