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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
A semana da diferença
No Agrupamento de Escolas de Seia irá decorrer mais um evento importante, "A semana da diferença". Vamos todos participar. É claro que as Bibliotecas também estão envolvidas.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
ALEXANDRA LUCAS COELHO VENCE PRÉMIO DE ROMANCE E NOVELA APE/DGLAB
Alexandra Lucas Coelho, com o romance E a noite roda, publicado pela Tinta da
China, venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE.
Os cinco títulos finalistas eram Jesus Cristo Bebia Cerveja de Afonso Cruz; E a Noite Roda de Alexandra Lucas Coelho; A Rapariga Sem Carne de Jaime Rocha; O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel de Mário de Carvalho e O Banquete de Patrícia Portela. A Associação
Portuguesa de Escritores (APE) informou que o júri do Grande Prémio de Romance
e Novela APE 2012, constituído por José Correia Tavares, Ana Marques Gastão,
Clara Rocha, Isabel Cristina Rodrigues, Luís Mourão e Manuel Gusmão, atribuiu
por unanimidade o prémio ao romance da jornalista Alexandra Lucas Coelho, que
se destacou entre os 80 livros publicados em 2012 admitidos a concurso.
O prémio tem o valor de 15 mil euros, financiados
pela DGLAB.
Fonte:
sábado, 23 de novembro de 2013
A intrépida Mrs. Lessing
A VISÃO
entrevistou a escritora britânica, prémio Nobel da Literatura, que morreu
domingo aos 94 anos, na sua casa, em Londres. Uma conversa que teve lugar em
2008, para agora recordar a "passionária, revolucionária e desbocada".
É a voz que se ouve primeiro,
enfiada nos pulmões do edifício de tijolos amarelo-vermelho-desmaiado, em
Hampstead, alinhado ao lado de uma dezena de prédios iguais, com janelas
salientes e arbustos desordenados de flores. Uma voz arranhada pela velhice mas
viva, tom de comando inequívoco. Franqueada a porta, sem tropeçar na caixa de
reciclagem e nos everests de jornais, a cabeça delicada de
Doris Lessing espreita do primeiro andar.
Aí está a sala de estar, descrita em
todas as entrevistas: a luz refletida no espelho ornado de pequenas estatuetas,
o conforto oriental dos sofás rasos ao chão, a explosão verde a denunciar o
jardim. E a presença do papel: romances alinhados em colunas periclitantes,
maços de jornais lidos, volumes sobre pintura. Da famosa gata temperamental,
Yum-Yum, não há rasto.
Mas Lessing, 89 anos cumpridos
a 22 de Outubro, diminuta e enrugada como uma sábia, mostrará o seu feitio
felino, imprevisível, lúcido.
A romancista Margareth Atwood
chamou-lhe "alma intrépida", "escritora excelente" que
"teve uma vida muito interessante". É uma declaração branda.
A biografia de Lessing é
um compêndio de história. Nasceu na antiga Pérsia, hoje Irão; cresceu entre uma
quinta, na Rodésia, hoje Zimbabué, e a África do Sul, no meio de brancos
enfiados no seu próprio mundo.
Abandonou a escola aos 15 anos,
casou aos 19, teve dois filhos que, após o primeiro divórcio, só voltaria a ver
na década de sessenta. Queria respirar. O segundo casamento, com um judeu
alemão, comunista, que lhe deixou o apelido e um terceiro filho, também não
durou. "Percebi que prefiro o luxo da solidão." Foi militante
comunista, desencantou-se, foi ícone feminista por arrasto, diz ela. E recebeu
o Nobel da literatura, 40 anos depois de o esperar.
A escrita aconteceu-lhe cedo. Mas só
aos 30 anos é que apresentou o romance A
Erva Canta, já em Londres, onde teve empregos de subsistência. Até jornalista
foi, apesar da sua pouca consideração pela profissão. Os seus livros
(traduzidos na Editorial Presença, Publicações Europa-América, Livros do Brasil
ou Livros Cotovia) tanto versaram questões humanistas como ficções científicas,
sem pejo em afrontar as convenções.
As Avós, último livro
de contos traduzido para português, trata de "histórias verdadeiras, à
exceção de uma. A história-título será um filme. Não me importo que façam uma
adaptação cinematográfica, desde que quem tenha o dinheiro não fuja com ele!"
Diz-se que Alfred & Emily, agora editado, será o seu último livro. É
verdade?
Sim, é verdade. Estou indisponível
para escrever. Não é uma ausência de histórias para contar, é falta de energia.
A minha fratura nas costas está a afetar-me, tenho um problema cardíaco... Não
consigo subir as escadas até ao meu quarto, onde estão a máquina de escrever,
os meus objetos.
E quando não tenho energia, não sou
capaz de produzir trabalho. Escrevi muitos livros, mais de 50, não preciso de
escrever mais.
Essa falta de energia relaciona-se
com as suas "queixas" devidas à agenda sobrecarregada por causa da
atribuição do Nobel?
Também tem a ver com as infindáveis
entrevistas por causa do prémio, sim. Espero que o novo Nobel goste de falar,
pois é isso que vai fazer, durante um ano inteiro! Eu teria gostado que este
ano ganhasse o [Philip] Roth, gosto muito dele e ele ficou zangado por ter sido
eu a ganhar em 2007! É um homem "torto".
O Prémio Nobel recompensou a sua
audácia ou a sua resistência?
Não sei. Disseram-me que nunca
ganharia, portanto deixei de pensar no assunto. Foi uma surpresa genuína quando
aconteceu: eu sair do táxi e ter aquela multidão de jornalistas à espera, na
minha porta, foi terrivelmente engraçado. O meu filho comprou cebolas francesas
e colocou-as no meu pescoço, como um colar. Foi tudo divertido.
Já escrevera sobre os seus pais, nas
memórias.
Porquê este Alfred & Emily? Os meus pais foram duramente afetados pelos
efeitos da Primeira Guerra Mundial.
Neste livro, quis fazer-lhes
justiça: aboli esse conflito, tornei-o inexistente. Portanto, eles não têm mais
desculpas. Tudo o que o meu pai sempre quis foi ser um lavrador, mas nunca teve
dinheiro para cumprir esse sonho. O caso de minha mãe foi mais difícil de
escrever, pois era muito talentosa, enérgica.
Assim, dei-lhe, simplesmente, o tipo
de vida adequado aos seus muitos talentos, que era o que ela teria desejado, o
destino de uma pioneira da educação que toca a vida das pessoas. E dei-lhe
dinheiro, pois sem ele nada se consegue fazer. Criei-lhes uma nova vida e, no
outro lado do livro, escrevi o que realmente lhes aconteceu. Mas este é um
livro antiguerra, se se quiser.
Vê-o como um manifesto político ou
ficção?
Devo dizer que tenho muita
dificuldade em distinguir entre ambos. Escrevi este livro com compaixão, claro,
mas é uma ficção sobre o que aconteceu aos meus pais em resultado da Primeira
Guerra Mundial. Não é um discurso sobre o conflito, mas emerge ali a denúncia
dos seus efeitos devastadores.
Já lhe ocorreu que poderia não ter
havido uma revolução russa nem um império soviético? Que não existiria nenhum
Hitler nem aconteceria outra Guerra Mundial?
Atravessou grande parte do século
XX. O que aprendemos nós, afinal?
Não aprendemos nada! Temos estúpidos
primeiros-ministros a começarem uma guerra no Iraque, no Afeganistão. Estamos
no meio de uma gravíssima crise financeira, o que significa que as pessoas não
realizarão os seus sonhos. São tempos assustadores, que, pelo medo, provocam
reações assustadoras.
Na Europa, tivemos, recentemente,
uma época fácil, tornámo-nos mimados, e pergunto-me se as pessoas estarão à
altura da dureza que se adivinha. Esta não é uma geração que tenha conhecido
qualquer dificuldade.
Falemos da geração inicial, a do
livro A Fenda, onde defende que as
mulheres são os seres originais e os homens uns "esguichos"
simplórios. As nossas vidas não têm influência?
A maquilhagem genética faz-nos o que
somos. Os homens têm o cromossoma Y, e por isso são como são. Acho que a vida
não é tão importante como os genes.
A sua biografia tem sido rica em
vivências políticas, intelectuais. Isso não a moldou?
Não, os genes são mais importantes.
Nem tudo está escrito, claro. Há a experiência: vivi duas grandes guerras,
durante a segunda estava casada com um refugiado alemão, para o livrar de um
campo de concentração. Viver em Inglaterra tem sido para mim um tempo fácil,
melhor.
África marcou a sua vida. Como olha
agora para esse continente?
Está acabado. O Zimbabué está nas
mãos de Mugabe. Não consigo imaginar como será recuperado, já que ele
prejudicou tanto o país. A África do Sul está invadida de pobreza, de sida, de
miséria. Tenho uma filha que vive na Cidade do Cabo. Quando vivia lá era muito
crítica da dominação branca. Agora, olho para trás e vejo que fizemos estações
de comboios, escritórios, havia água corrente e energia. Portanto, fizemos
algumas coisas bem. Viajei muito, agora parei. Com 90 anos acho que tenho o
direito de sentir a viagem como algo de difícil.
Depois de uma infância no colégio
católico e quatro anos de militante no Partido Comunista, pode dizer-se que a
sua ideologia é a liberdade?
Sim. Eu não era uma católica
praticante, estava num convento católico onde se acreditava num Deus muito mau.
Quanto aos anos que estive no Partido Comunista, eu não era uma verdadeira
comunista.
A ideologia apelava a muitas
pessoas, nessa altura, eram os efeitos da ressaca da guerra.
Mas essa ilusão não durou. Quando
voltei a Inglaterra, fiquei em casa de uma mulher que sabia muito sobre o que
se estava a passar no interior da União Soviética, e que me tirou as ilusões.
A educação católica deixou-lhe
marcas?
Não, o episódio curou-me de Deus. O
que acontecia era que os pais protestantes mandavam as filhas para o colégio
católico, na condição de que não influenciassem a sua orientação espiritual.
Tínhamos inveja da minoria das raparigas católicas, com o seu mundo de água
benta e Virgem Maria e aqueles santos e catedrais. É claro que me apaixonei
pela Virgem Maria. Lembro-me de ter ido a uma catedral e ter ficado em êxtase
perante uma pequenina, insignificante, muito má estátua da Virgem Maria. Uma
pessoa acredita em tudo! É claro que não durou, os meus pais alimentaram-me com
propaganda anticatólica. Resolvi a questão: tornei-me ateia.
A ideologia comunista preencheu esse
vazio?
Foi algo completamente diferente.
Era ser-se comunista numa era diferente. Nesses dias, toda a gente lia. Agora,
ninguém lê.
Quando conheci os comunistas, estes
eram ou uma classe trabalhadora altamente politizada e culta que lia tudo, ou
refugiados europeus cultos. Foi uma época maravilhosa: era a primeira vez que
conhecia pessoas que liam tanto como eu. E que concordavam comigo, na minha
forma de ver o mundo. É claro que esse estado de graça não poderia durar.
Voltando à liberdade, esta define os
seus romances?
Não. Temos de definir a palavra,
fazer perguntas. Somos livres? Eu acredito que não somos assim tão livres. Com
tudo o que está a acontecer, acho que não podemos usar essa palavra tão
facilmente. Sou nova para me lembrar da Grande Depressão, mas conheço os
resultados. Os casamentos a quebrarem, as mulheres a ficarem desprotegidas, o
mundo a colapsar como agora...
O feminismo está a perder terreno?
É o que parece estar a acontecer.
Geneticamente, tem de ser assim, pois elas procuram um apoio forte para si e
para os filhos. As mulheres têm de lutar mais pelo seu equilíbrio emocional,
com aquelas hormonas todas. Não sei se é uma deceção. Mas, hoje, há liberdade
de escolha: as mulheres podem escolher não casar. Essa é uma grande conquista.
Recordo-me de ouvir uma velha feminista dizer-me, em jovenzinha, que há coisas
pelas quais se deve lutar e uma é o pagamento igual por trabalho igual. Estamos
ainda longe dessa realidade. Liberdade de oportunidades, isso temos. As
mulheres são livres, até para ir para o exército, coisa que não me agrada.
Não vê esse acesso como um
empowerment?
Talvez, se for um objetivo de vida.
Mas não me sinto confortável com a ideia de raparigas na frente de batalha. Não
gosto. Acho que ganhei o direito a defender posições pouco razoáveis, se assim
o desejar.
No pós 11/9, há um baby boom. A
maternidade tornou-se crucial para a identidade feminina, se é que alguma vez o
deixou de ser...
Eu gosto de colocar as coisas de
forma diferente. O que aprecio é que as mulheres possam declarar livremente
"não, eu não quero ter filhos", algo impossível antes da democratização
dos métodos contracetivos, como a pílula. Já pensou como deveria ser, no
passado, quando uma mulher não possuía instinto maternal? Tinha de casar e
criar uma prole. Um pesadelo. Poder escolher é uma maravilhosa conquista.
Deixou os seus filhos, ao fugir da
"realidade branca de África". Sente-se pacificada com essa decisão,
com a maternidade?
Na altura, o que eu deixei foi uma
vida aborrecida, limitada, entediante. As crianças não foram a causa. Gostei
bastante de estar grávida, desse sentimento. Mas imagino que esta seja uma das
maiores tragédias do mundo: uma mulher que não tem instinto maternal e que tem
de se conformar com esse destino imposto. Que pesadelo!
Ainda é entusiasmante ter um livro
novo, comprado, lido?
Os meus livros estão todos
disponíveis, até os que têm 50 anos continuam a ter leitores. É surpreendente.
No ano passado, fui convidada para falar num clube do livro de jovens, mais
jovens do que o romance escolhido, O Caderno Dourado que trata de coisas que
nada têm a ver com a sua realidade.
Foi difícil falar-lhes da maneira
como houve um estilhaçamento da esquerda em todo o mundo, como explodiu um
sonho, bum! Uma definição algo infantil pelos padrões atuais. Mas eu tinha de
dar a palestra. E foi uma noite divertida.
Estamos surdos e cegos ao sentido do
devir histórico?
As pessoas não estão minimamente
conscientes do peso da História. Em parte, porque a curiosidade desapareceu.
Esta deve ser a geração menos curiosa de todas: não tem aquela sede, aquela
inquietação que nos roía por dentro. A nossa paixão mais intensa era a enorme
vontade de conhecer, de olhar para trás. Nós tínhamos de saber! Acredito que a
falta de curiosidade é perigosa.
"Se não sabes o que o passado
foi, vais repetir os mesmos erros." É uma fatalidade.
A sua geração não tinha tantas
fontes de informação, a TV, a Internet...
Mas tínhamos imensos livros! A
Internet, se não matou a curiosidade, mudou as mentes das pessoas, o seu
espectro de atenção é mais curto. Talvez seja porque não acreditam ter qualquer
tipo de influência. Nos jovens, há um sentimento de desesperança, de que tudo é
demasiado grande para eles.
O que está errado: os grandes
movimentos do século XX passaram por eles.
Gostaria de ser lembrada como alguém
que se levantou por muitas causas?
Não por demasiadas coisas. Há causas
pelas quais não me teria importado de lutar agora.
Mas fui uma das primeiras a
levantarem-se na África do Sul. As pessoas esquecem-se mas, quando eu era jovem,
o império britânico e o seu sistema profundamente racista dominavam. Os meus
pais acreditavam que Deus colocou os britânicos na terra para controlar o
mundo. As pessoas mais parecidas com eles que encontrei eram mineiros de ouro,
em Vladivostok, que acreditavam na União Soviética com essa mesma fé cega.
É engraçado como é que isto foi
possível.
E os americanos pensam assim
agora...
A nova versão é a emergência da
"cruzada" islâmica?
Os muçulmanos acreditam nessa visão.
E o que interessa perceber é que não
se pode fazer nada com crentes, acreditem. Sei-o, porque fui educada por gente
assim. Os argumentos não mudam nada, aprendi-o da maneira mais dura. As mentes
das pessoas mudam por si próprias, não por as tentarmos convencer. Algo
acontece. Apenas isso.
Sílvia
Souto Cunha (entrevista publicada na VISÃO nº 825 de 25 de dezembro de 2008)
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
sábado, 16 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Prémio José Saramago atribuído a Ondjaki
Prémio José Saramago atribuído ao
escritor angolano Ondjaki pela obra Os
Transparentes. O leitor confronta-se com uma crioulização radical da língua
portuguesa, diz o júri.

Foi
assim que Ondjaki agradeceu o prémio, no valor de 25 mil euros. "Eu não
ando sozinho, faço-me acompanhar dos materiais que me passaram os mais velhos.
Na palavra 'cantil' guardo a utopia, para que durante a vida eu possa não
morrer de sede."
"Este é um livro sobre uma Angola que existe dentro
de uma Luanda que eu procurei escrever e descrever. Fi-lo com o que tinha
dentro de mim entre verdade, sentimento, imaginação. E amor. É uma leitura de
carinho e de preocupação. É um abraço aos que não se acomodam mas antes se
incomodam. É uma celebração da nossa festa interior, trazendo as makas, os
mujimbos, algumas dores, alguns amores. Penso que todos queremos uma Angola
melhor", disse o escritor no seu discurso de agradecimento.
Instituído
pela Fundação Círculo de Leitores, o prémio, que é atribuído de dois em dois
anos, distingue uma obra literária no domínio da ficção, romance ou novela,
escrita em língua portuguesa, por um autor com idade não superior a 35 anos à
data da publicação do livro, e cuja primeira edição tenha saído em qualquer
país lusófono.
Na ata do júri, Ana Paula Tavares escreve que com Os
Transparentes "o escritor angolano cumpre o que há muito se anunciava: a
construção de um grande livro fiel a linhagens literárias mais antigas e que pode
ler-se na travessia das linguagens de cada um".
"A língua portuguesa
ganha o tom, liga todas as mensagens, renova-se sem concessões e aparece fresca
e milagrosa como as águas à solta do rés do chão do lugar central do
romance", acrescenta ainda Ana Paula Tavares, para quem este é um livro de
maturidade do autor. "O seu encanto pela infância continua presente, mas
já estamos no registo adulto do olhar crítico e mordaz que é lançado sobre o
tempo, a História e as respetivas legitimações políticas.
A ironia e o humor
continuam a caracterizar a escrita de Ondjaki, tornando a leitura de Os
Transparentes muito fluída e agradável, sobretudo quando o romance obriga o
leitor a se confrontar com uma crioulização mais radical e criativa da língua
portuguesa."
O júri do Prémio José Saramago foi, também nesta edição,
presidido pela diretora editorial do Círculo de Leitores, Guilhermina Gomes, e
composto ainda pela escritora e académica brasileira Nelida Piñon; pela poeta e
historiadora angolana Ana Paula Tavares; pela "presidenta" da
Fundação José Saramago, Pilar del Río, e pelo poeta e escritor Vasco Graça
Moura. Por escolha da presidente Guilhermina Gomes, integraram também o júri
Manuel Frias Martins, Maria de Santa Cruz e Nazaré Gomes dos Santos.
Vasco
Graça Moura foi surpreendido neste romance de Ondjaki, pela "maneira como
a sua utilização da língua portuguesa é, não só capaz de captar com maior
naturalidade as mais diversas situações num contexto social tão diferente do
nosso, mas comporta em si mesma fermentos de uma inovação que espelha com força
e realismo um quotidiano vivido na sua trepidação e também funciona eficazmente
ao restituí-lo no plano literário. É essa uma das vias possíveis da nossa
língua na sua variante angolana."
Para Maria de Santa Cruz, Os Transparentes
"é um romance experimental, de original e criativa estruturação que se
espelha, em mise en abîme, na narração, convocando os mais diversos tipos de
discurso".
Nas edições anteriores, o Prémio José Saramago foi
atribuído aos portugueses Paulo José Miranda, por Natureza Morta, em 1999, e
José Luís Peixoto, por Nenhum Olhar, em 2001. À brasileira Adriana Lisboa,
Sinfonia em Branco, em 2003, aos portugueses Gonçalo M. Tavares, Jerusalém,
2005, Valter Hugo Mãe, O Remorso de Baltazar Serapião, 2007, e João Tordo, As
Três Vidas, em 2009, e à brasileira Andréa del Fuego, Os Malaquias, em 2011.
Poeta, prosador, Ondjaki – que significa
"guerreiro" em umbundu – visita também a escrita para crianças, o
teatro, a pintura e o documentário. Formado em Sociologia, completou o
doutoramento em Estudos Africanos em Itália. Distinguido em 2000 com a Menção
Honrosa do Prémio António Jacinto pelo seu primeiro livro de poesia (actu
sanguíneu), em 2005 obtém o Prémio António Paulouro pelo livro de contos E Se
Amanhã o Medo, e o Grande Prémio APE em 2007 por Os da Minha Rua.
Em 2010,
recebe o Prémio Jabuti (categoria juvenil) com Avó Dezanove e o Segredo do
Soviético. Ainda no âmbito juvenil, publica A Bicicleta Que Tinha Bigodes
distinguido com o Prémio Bissaya Barreto 2012 e com o Prémio Fundação Nacional
do Livro Infantil e Juvenil (IBBY do Brasil) 2013.
por Isabel Coutinho,
in Público | 5 de novembro de 2013
(http://www.e-cultura.pt/DestaqueCulturalDisplay.aspx?ID=3313)
Projeto SOBE
A Direção-Geral da Saúde, o Plano Nacional de Leitura
e a Rede de Bibliotecas Escolares estabeleceram um protocolo de colaboração no
âmbito da prevenção da saúde oral em Portugal, formalizado pelo projeto SOBE -
Saúde Oral, Bibliotecas Escolares, ligando a saúde oral, a literacia e as
bibliotecas escolares. Tem como objetivo fazer a prevenção precoce da saúde
oral junto das crianças; aumentar a qualidade de informação sobre a saúde oral;
utilizar as BE para promover a divulgação da saúde oral; consciencializar as
famílias para a importância desta área da saúde. Destina-se aos alunos do
Pré-escolar e 1º CEB.
Ao longo do ano, haverá sessões dinamizadas pelos
técnicos do Centro de Saúde para o público escolar. O projeto será acompanhado
pelas maletas pedagógicas temáticas que circularão pelos estabelecimentos de
ensino. Realização de um fórum, aberto à comunidade e produção de materiais
informativos. Realização de sessões de contos sobre a temática.
Parceiros Locais: Município/Agrupamento de Escolas de
Seia, Agrupamento de Escolas Guilherme Correia de carvalho, respetivas equipas
do P.E.S., Centro de Saúde de Seia.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
sábado, 2 de novembro de 2013
Brevemente na BE da Secundária de Seia
Ele é um senhor da guerra. Ela, uma
defensora da paz.
A cirurgiã pediátrica Matilde Martinez viaja
de Paris com destino ao Congo, guiada por uma ilusão: aliviar o sofrimento das
crianças castigadas pela violência e fome existente naquele país africano. Para
trás deixa uma história de amor difícil de esquecer.
Do outro lado, o soldado profissional Eliah
Al-Saud chega ao Congo movido por uma ambição: apoderar-se de uma mina de coltan,
o mineral mais cobiçado pelos fabricantes de telemóveis, e que lhe trará grandes
lucros. Mas acima de tudo, regressa ao Congo para recuperar Matilde, que
considera ser a sua razão de vida.
Num país devastado pela violência e a
crueldade, os dois amantes não só precisam de ultrapassar os traumas e segredos
que os separaram em Paris como enfrentar os grupos de guerrilhas que colocam
todo o país em perigo.
No âmbito da Segunda Guerra do Congo, também
conhecida como Guerra do coltan, Matilde e Elias tentam por todos os meios
fazer triunfar o seu amor e a sua paixão.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
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